sexta-feira, 27 de maio de 2011

Como fazer história da arte contemporânea

O ensino e discussão da arte contemporânea no meio acadêmico instiga e provoca tanto discentes como docentes no que se diz respeito, principalmente, à teorização do conteúdo.
Própria do nome, a arte contemporânea aconteceu e continua acontecendo, o que gera uma certa volatilidade dos conceitos apreendidos. O problema é amenizado ao tratarmos dos anos 60, 70 e, até mesmo os anos 80 mas, quando olhamos para os anos 90 e 2000, vemos que nem tudo da arte destes anos fora digerido da maneira mais apropriada pelos teóricos que são, apesar das fontes alternativas, a principal base para a carreira acadêmica.
Quando se estuda o mesmo período em que se vive, principalmente no meio das artes, temos um lado positivo e outro negativo: o positivo se diz respeito a podermos ver com nossos próprios olhos, sentir as mesmas paixões e vocações que movem o artista na comcepção de uma obra, podendo assim discutir a prática sensitiva aplicada em relação a uma teoria contemporânea sobre ela elaborada. Já o lado negativo temos dois: o primeiro está em contraponto ao aspecto positivo acima citado, nossas paixões e vocações podem inebriar o olhar e desviar nossas consciências do ponto chave, academicamente falando, em questão. O próximo ponto negativo legitima-se na escassez de conteúdo teórico produzido até então, uma questão temporal óbvia.
Para fazermos uma história da arte contemporânea, além da atenção aos pontos acima citados, temos que, longe de um positivismo teórico ou funcionalista, manter uma certa distância e há quem prefira a neutralidade no que de diz respeito à análise de obras e artistas. O ideal é trabalhar partindo da reação do todo social, ou seja, à partir dos questionamentos e emoções despertados na sociedade e no indivíduo.

04/05/2011 - Redação para aula de Arte Contemporânea da Universidade Federal de São Paulo